A falta de planejamento de empreendedores
pode ser fatal
Escassez de
recursos para investimentos em estrutura, carência e desconhecimento de mercado
e falta de capital de giro, são os três principais motivos apontados pelos empreendedores para
a alarmante estatística de “mortalidade infantil” das micro e pequenas
empresas. Na verdade, todas essas alegações não passam de meias verdades,
pois na raiz do problema está a falta de informações e de planejamento.
Para nascer sadia, uma criança necessita de nove meses de gestação. Uma empresa deve
ser “gestada” no mínimo por igual período, tempo este dedicado a muita busca de
informações de mercado e de gestão.
A sociedade
raramente nos prepara para o casamento ou para criar e educar filhos, por
exemplo. Da mesma maneira, muitos se metem a facão sem cabo na aventura
de criar empreendimentos, tão preparados como uma barata a qual se
pedisse para dançar tango. E aí, precisamente, reside a maior causa da
desastrosa estatística de empresários falidos nos primeiros três anos de
aventura pelo mundo dos negócios.
Planejamento
é essencial no empreendedorismo
Não é só no
trânsito que a afobação causa tantos acidentes, mas também na esfera
sentimental, econômica, financeira e empresarial. As consequências do excesso
de velocidade do aprendiz de empresário para abrir uma empresa e passar a
“mandar no seu próprio nariz” são com frequência colaboradores desempregados e
proprietários “desempresados”, além dos traumas e maus resultados para os
indivíduos e para a sociedade como um todo, pois após o desastre ficam mais
pobres.
O “fazejamento”
deve ser substituído pelo planejamento. Não importa se você é empreendedor
experiente ou “marinheiro de primeira viagem”. Colocar o planejamento e a busca
de informações em primeiro lugar é o primeiro passo para ser bem sucedido. Se o
caminho parece meio nebuloso, busque ajuda de quem sabe, pois consultoria há
muito tempo passou de “artigo de luxo” para “artigo de primeira necessidade’.
Exageros são
prejudiciais
As sobras são
tão prejudiciais quanto as faltas. Em minhas visitas às empresas de
todos os portes, tenho encontrado muitos excessos. É comum encontrar espaços e
imobilizados ociosos, máquinas e veículos subutilizados, elevados estoques de
materiais e funcionários fazendo pouco ou nada, verdadeiros objetos de
decoração. E os descuidos não param por aqui! Nas indústrias iniciantes, com
frequência não faltam resíduos e retrabalhos. Por isso, não é de se admirar da
falta de recursos, pois estes além de escassos, muitas e muitas vezes são mal
empregados. Sendo esta uma das causas da corrida desesperada aos bancos em busca
de recursos. E nestes casos, banqueiros não são otários e não emprestam “grana”
para quem não sabe administrar o seu próprio dinheiro.
Grande parte do
mercado é formada por clientes que também desperdiçam, mas na hora de comprar
não querem pagar pelos desperdícios alheios. Portanto, quem deseja atrair,
conquistar e fidelizar clientes precisa fazer o “dever de casa”, racionalizando
o uso dos recursos e buscando o máximo de produtividade, o que se só se
consegue com muitas informações e planejamento.
Por Soeli de
Oliveira no portal 45 Graus
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